quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Concebidos sem doença




--Esta reportagem extraída da revista Visão, publicada na semana de 15 a 21 de Janeiro de 2009, relata-nos experiências de pessoas que, por serem portadoras de doenças genéticas, optaram por recorrer à fertilização in vitro para terem filhos saudáveis.
--Ora, qual a pertinência desta reportagem no âmbito da disciplina de Intervenção Precoce? Sendo esta uma disciplina cujos objectivos se centram na identificação, tendo em conta o despiste, o diagnóstico e a avaliação de situações de risco então, podemos dizer que esse risco é avaliado não apenas “a nível peri e pós-natal, mas também a nível pré-natal” (Almeida, 1988, p.7).
--Claro que esta reportagem não remete para possíveis deficiências que estas crianças possam vir a desenvolver e que, por isso, devam ser sinalizadas. Parece-nos, sim, que sendo estas gravidezes concebidas de modo não convencional, os riscos de prematuridade destes bebés, seja grande. E aqui, sim, estas crianças poderão ser consideradas em risco, na medida em que dessa prematuridade poderão surgir complicações “que podem conduzir a atrasos no desenvolvimento”.
--Neste contexto, a Intervenção Precoce será tanto mais eficaz quanto mais cedo os técnicos intervierem. Não esquecendo, no entanto, que esta intervenção, tendo como ponto central a criança, deve alargar-se à sua família e restante comunidade onde esta se insere. Como salienta Bairrão (2003, p.8) “o fortalecimento da família, a sua autonomia em relação aos técnicos, o seu papel fundamental na gestão de recursos e na mediação dos problemas dos seus filhos são ainda componentes essenciais”. Nesta linha, importa lembrar os modelos transaccionais de Bronfenbrenner e Sameroff, que grandes contributos deram à Intervenção Precoce, no sentido de alertarem para a importância da família das crianças portadoras de deficiência.
--Assim, a Intervenção Precoce deve ter na família um forte aliado na tarefa de educar este tipo de crianças. Daí que o seu trabalho seja transdisciplinar.

Bibliografia:
· ALMEIDA, I. C. (1988). Abordagem teórica ao modelo Portage para pais, p.1-8
· BAIRRÃO, J. (2003). Psicologia, Vol. XVII (1), p. 7-13Revista Visão. Nascidos sem Doenças, Lisboa, Janeiro de 2009, p. 79-81


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