“Evoluir para a excelência no apoio materno”.
--Este vídeo retrata a importância do aleitamento Materno. A sua produção e organização foi da responsabilidade da ARS do Algarve, IP e Hospitais da Região do Algarve (HCF e CHBA) e da Associação de Aleitamento em Portugal - “Mamamater”.
--Após observação do filme, este, pareceu-nos de extrema relevância para a temática tratada neste portefólio, nomeadamente, a “Intervenção Precoce”, na medida em que, existe um consenso mundial (comprovado cientificamente), de que a prática exclusiva da amamentação é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos 4/6 meses de vida, salvo raras excepções.
--O aleitamento materno surge assim, como uma das principais medidas para a prevenção das manifestações alérgicas, já que esta é uma patologia cada vez mais frequente, nomeadamente as alergias específicas para as proteínas do leite de vaca; mas não só, previne também infecções gastrintestinais, respiratórias agudas e infecções urinárias, estimula o sistema imunitário e melhora a resposta a vacinas, contribuindo para a saúde e desenvolvimento das crianças, até mesmo na prevenção da obesidade infantil. A longo prazo, podemos referir também a importância do aleitamento materno na prevenção da diabetes e de linfomas.
--Segundo o Comité Português para a Unicef:
“O leite materno é um alimento vivo, completo e natural...”.
--A frase anterior, vem assim reforçar a ideia de que o leite materno é um alimento completo para os bebés, o único alimento que contém todos os nutrientes que a criança precisa durante os seus primeiros seis meses de vida, as gorduras e proteínas necessárias, além de vitaminas, do ferro, água e sais minerais. É estéril, e tem muitos factores anti-infecciosos e é facilmente digerido e absorvido pelo intestino do bebé.
--Neste sentido, podemos afirmar sem qualquer dúvida, que o aleitamento materno, constitui uma prática precoce muito importante na prevenção de algumas patologias futuras nas crianças.
--Em 1990, através de uma declaração conjunta designada por Declaração de Innocenti, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF, reconhecem que o aleitamento materno constitui um processo único capaz de reduzir a morbilidade e a mortalidade infantil, tendo assumido como código de conduta um conjunto de passos/medidas que são conhecidas como Dez Medidas para um Aleitamento Materno com sucesso.
--Na sequência da Cimeira Mundial para a Infância, a OMS e a UNICEF lançaram em 1991, um programa mundial de promoção do aleitamento materno intitulado, Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés (IHAB), que tem como objectivo especifico a promoção, protecção e apoio ao aleitamento materno através da mobilização dos serviços de Obstetrícia e Pediatria dos Hospitais e dos Centros de Saúde, a nível mundial.
--É portanto neste contexto, que em Portugal, foi criada em Maio de 1992, a Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés - CNIHAB, que tem o apoio do Comité Português para a UNICEF e a homologação ministerial. Das diversas actividades levadas a cabo pela Comissão Nacional ao longo de mais de uma década de existência, destacamos: a divulgação das Dez Medidas nos estabelecimentos de saúde com maternidade; a realização de vários cursos de formação em aleitamento materno em hospitais e maternidades do Continente e da Madeira; workshops de formação de avaliadores; avaliações de rotinas hospitalares; criação de uma linha telefónica SOS Amamentação e a edição e divulgação de um Manual do Aleitamento. Neste momento são 3, os Hospitais que tem o certificado “Amigos dos bebés”, nomeadamente o Hospital Garcia de Orta, em Lisboa, a Maternidade Bissaia Barreto, em Coimbra e o Centro Hospitalar Barlavento Algarvio, na região do Algarve.
--É precisamente no Centro Hospitalar Algarvio, a origem deste pequeno vídeo (anexo a este documento), que nos mostra a sala de amamentação. São espaços próprios, específicos e privilegiados de atendimento a mães lactantes, assegurado por profissionais, devidamente acreditados como Conselheiros de aleitamento materno, proporcionando um apoio fundamental às puérperas e aos casais inexperientes em termos do sucesso do aleitamento materno, para reduzir a percentagem de abandono da amamentação. Considerámos interessante o facto de ser uma figura pública, nomeadamente a cantora, Viviane, a narradora deste pequeno vídeo publicitário, que relata toda uma série de vantagens do aleitamento materno, e assim sendo, a mensagem poderá ter mais impacto na sociedade, principalmente nas futuras mães.
--Nas últimas décadas, e após um período de quebra no aleitamento materno, assiste-se a um retorno gradual desta prática, a que muito se fica a dever em grande parte, a iniciativas promovidas por várias organizações, e consequentemente a um maior conhecimento das significativas vantagens do leite da mãe para os seus bebés, quer a curto, quer a longo prazo.
--Assim sendo, é nossa opinião, que todas as estratégias e iniciativas que permitam aumentar a prevalência do aleitamento materno são bem vindas e devem ser incentivadas. No entanto, há casos em que as mães não podem ou não desejam amamentar; neste último caso, são vários os factores que poderão estão na base de uma decisão negativa da mãe, perante a sua disponibilidade de amamentar, nomeadamente por razões profissionais, comodismo, o facto dos bebés cada vez mais cedo serem colocados em creches ou infantários, entre outros. Consideramos que a decisão de amamentar é uma decisão pessoal, sujeita a muitas influências resultantes da socialização de cada mulher. Contudo, a informação da importância do aleitamento tem de chegar ao destinatário, e a partir daí, respeitar a decisão de cada mãe. Como mães que algumas de nós somos, e dadoras de leite materno, durante alguns meses, ousamos dizer que a nossa experiência foi muito gratificante, do ponto de vista da aproximação e interacção entre nós e os nossos bebés, no entanto não são tudo “mar de rosas”. Por vezes, surgem problemas relacionados com a subida de leite, os mamilos doridos e gretados, as dúvidas sobre a duração das mamadas, o excesso de leite nos peitos e todas as consequências que daí advêm... enfim, uma série de dificuldades que não são alheias às mães que amamentam; mas o facto de nós termos a consciência que este processo é vantajoso tanto para nós, mães, e principalmente para os nossos bebés, estas dificuldades são superadas e a vontade e desejo de amamentar prevalece.
Bibliografia:
·Revista “Pais & Filhos”- Primeiro Ano. Edição Especial 2003/2004, nº 6.
·Manual do Aleitamento Materno – Comité português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Amigos dos Bebés, Edição revista de 2008.
Site consultado:
·www.mamamater.org – Associação de Aleitamento Materno em Portugal, em 16 de Fevereiro/09