quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Evoluir para a excelência no apoio materno

“Evoluir para a excelência no apoio materno”.


--Este vídeo retrata a importância do aleitamento Materno. A sua produção e organização foi da responsabilidade da ARS do Algarve, IP e Hospitais da Região do Algarve (HCF e CHBA) e da Associação de Aleitamento em Portugal - “Mamamater”.
--Após observação do filme, este, pareceu-nos de extrema relevância para a temática tratada neste portefólio, nomeadamente, a “Intervenção Precoce”, na medida em que, existe um consenso mundial (comprovado cientificamente), de que a prática exclusiva da amamentação é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos 4/6 meses de vida, salvo raras excepções.
--O aleitamento materno surge assim, como uma das principais medidas para a prevenção das manifestações alérgicas, já que esta é uma patologia cada vez mais frequente, nomeadamente as alergias específicas para as proteínas do leite de vaca; mas não só, previne também infecções gastrintestinais, respiratórias agudas e infecções urinárias, estimula o sistema imunitário e melhora a resposta a vacinas, contribuindo para a saúde e desenvolvimento das crianças, até mesmo na prevenção da obesidade infantil. A longo prazo, podemos referir também a importância do aleitamento materno na prevenção da diabetes e de linfomas.
--Segundo o Comité Português para a Unicef:


“O leite materno é um alimento vivo, completo e natural...”.


--A frase anterior, vem assim reforçar a ideia de que o leite materno é um alimento completo para os bebés, o único alimento que contém todos os nutrientes que a criança precisa durante os seus primeiros seis meses de vida, as gorduras e proteínas necessárias, além de vitaminas, do ferro, água e sais minerais. É estéril, e tem muitos factores anti-infecciosos e é facilmente digerido e absorvido pelo intestino do bebé.
--Neste sentido, podemos afirmar sem qualquer dúvida, que o aleitamento materno, constitui uma prática precoce muito importante na prevenção de algumas patologias futuras nas crianças.
--Em 1990, através de uma declaração conjunta designada por Declaração de Innocenti, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF, reconhecem que o aleitamento materno constitui um processo único capaz de reduzir a morbilidade e a mortalidade infantil, tendo assumido como código de conduta um conjunto de passos/medidas que são conhecidas como Dez Medidas para um Aleitamento Materno com sucesso.
--Na sequência da Cimeira Mundial para a Infância, a OMS e a UNICEF lançaram em 1991, um programa mundial de promoção do aleitamento materno intitulado, Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés (IHAB), que tem como objectivo especifico a promoção, protecção e apoio ao aleitamento materno através da mobilização dos serviços de Obstetrícia e Pediatria dos Hospitais e dos Centros de Saúde, a nível mundial.
--É portanto neste contexto, que em Portugal, foi criada em Maio de 1992, a Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés - CNIHAB, que tem o apoio do Comité Português para a UNICEF e a homologação ministerial. Das diversas actividades levadas a cabo pela Comissão Nacional ao longo de mais de uma década de existência, destacamos: a divulgação das Dez Medidas nos estabelecimentos de saúde com maternidade; a realização de vários cursos de formação em aleitamento materno em hospitais e maternidades do Continente e da Madeira; workshops de formação de avaliadores; avaliações de rotinas hospitalares; criação de uma linha telefónica SOS Amamentação e a edição e divulgação de um Manual do Aleitamento. Neste momento são 3, os Hospitais que tem o certificado “Amigos dos bebés”, nomeadamente o Hospital Garcia de Orta, em Lisboa, a Maternidade Bissaia Barreto, em Coimbra e o Centro Hospitalar Barlavento Algarvio, na região do Algarve.
--É precisamente no Centro Hospitalar Algarvio, a origem deste pequeno vídeo (anexo a este documento), que nos mostra a sala de amamentação. São espaços próprios, específicos e privilegiados de atendimento a mães lactantes, assegurado por profissionais, devidamente acreditados como Conselheiros de aleitamento materno, proporcionando um apoio fundamental às puérperas e aos casais inexperientes em termos do sucesso do aleitamento materno, para reduzir a percentagem de abandono da amamentação. Considerámos interessante o facto de ser uma figura pública, nomeadamente a cantora, Viviane, a narradora deste pequeno vídeo publicitário, que relata toda uma série de vantagens do aleitamento materno, e assim sendo, a mensagem poderá ter mais impacto na sociedade, principalmente nas futuras mães.
--Nas últimas décadas, e após um período de quebra no aleitamento materno, assiste-se a um retorno gradual desta prática, a que muito se fica a dever em grande parte, a iniciativas promovidas por várias organizações, e consequentemente a um maior conhecimento das significativas vantagens do leite da mãe para os seus bebés, quer a curto, quer a longo prazo.
--Assim sendo, é nossa opinião, que todas as estratégias e iniciativas que permitam aumentar a prevalência do aleitamento materno são bem vindas e devem ser incentivadas. No entanto, há casos em que as mães não podem ou não desejam amamentar; neste último caso, são vários os factores que poderão estão na base de uma decisão negativa da mãe, perante a sua disponibilidade de amamentar, nomeadamente por razões profissionais, comodismo, o facto dos bebés cada vez mais cedo serem colocados em creches ou infantários, entre outros. Consideramos que a decisão de amamentar é uma decisão pessoal, sujeita a muitas influências resultantes da socialização de cada mulher. Contudo, a informação da importância do aleitamento tem de chegar ao destinatário, e a partir daí, respeitar a decisão de cada mãe. Como mães que algumas de nós somos, e dadoras de leite materno, durante alguns meses, ousamos dizer que a nossa experiência foi muito gratificante, do ponto de vista da aproximação e interacção entre nós e os nossos bebés, no entanto não são tudo “mar de rosas”. Por vezes, surgem problemas relacionados com a subida de leite, os mamilos doridos e gretados, as dúvidas sobre a duração das mamadas, o excesso de leite nos peitos e todas as consequências que daí advêm... enfim, uma série de dificuldades que não são alheias às mães que amamentam; mas o facto de nós termos a consciência que este processo é vantajoso tanto para nós, mães, e principalmente para os nossos bebés, estas dificuldades são superadas e a vontade e desejo de amamentar prevalece.

Bibliografia:
·Revista “Pais & Filhos”- Primeiro Ano. Edição Especial 2003/2004, nº 6.
·Manual do Aleitamento Materno – Comité português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Amigos dos Bebés, Edição revista de 2008.

Site consultado:
·www.mamamater.org – Associação de Aleitamento Materno em Portugal, em 16 de Fevereiro/09

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“ Aqueles que passam por nós,
não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.
Antoine Saint-Exupéry
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Intervenção Precoce na Infância
--A Intervenção Precoce na Infância (IPI) segundo Dias (1997: 11) é um conjunto de estratégias e recursos utilizados de modo multidisciplinar, com o fim de prevenir o mais cedo possível falhas no desenvolvimento da criança, que possam condicionar o seu normal posicionamento ao longo da vida, e para Correia e Serrano (1998: 69) é a disponibilização de serviços adequados para as crianças com Necessidades educativas Especiais (NEE) e ainda para aquelas em risco de vires a apresentar NEE e suas famílias.
--Estes autores defendem que a IPI deve ser enquadrada numa perspectiva ecológica, isto é, têm de se adaptar meios para envolver a família, sendo esta co-autora da intervenção. Pimentel (1997:146) citando Leitão (1989) define IPI como um serviço que engloba toda uma gama diversificada de serviços – médicos, educativos e sociais – que procuram, através do desenvolvimento de projectos e de programas adequados às necessidades especiais das crianças abrangidas, evitar ou reduzir ao máximo os efeitos negativos que determinados factores provocam no crescimento e desenvolvimento infantil.
--Todas estas definições são consensuais numa orientação centrada nas famílias e em que existem objectivos traçados e individualizados. Esse conjunto de objectivos visam responder às necessidades de cada criança em risco e da sua família, envolvendo todos os recursos formais/informais da comunidade de forma a se tornas eficaz.
--Correia e Serrano (1998:21) afirmam que a crianças apesar de estar no centro da acção/intervenção deverá ter-se sempre em conta todo o meio que a envolve (recursos formais/informais) para que se possa também agir nesse mesmo meio ou recorrer a ele.
--Os serviços a prestar às crianças e à família devem resultar da colaboração entre várias instituições e apoios informais que melhor respondam à globalidade das necessidades e aspirações sentidas pelo núcleo familiar.
--A IPI é orientada pelas necessidades da família e da criança, enfatiza as forças (não os défices) e promove a escolha e o controlo da família sobre os recursos desejados. A abordagem da IPI deve ajudar as famílias a responder às necessidades específicas das crianças com necessidades educativas especiais, de modo a estas não se tornarem dependentes dos serviços de apoio. Assim, a IPI é uma área importante, quer a nível de políticas quer a nível profissional, no que respeita ao direito das crianças em idades muito precoces e das suas famílias, a receber o apoio de quem possam necessitar. A IPI tem como objectivo apoiar e atribuir direitos à criança e à sua família e aos serviços envolvidos. Ajuda, assim, a construir uma sociedade inclusiva e coesa atenta aos direitos das crianças e das suas famílias.
--Em Portugal, com a publicação do Decreto-Lei 319/91, e mais recentemente com o Decreto-Lei 3/08, privilegia-se a integração das crianças com NEEP nas escolas do ensino regular, tendo por objectivo contribuir para que estas crianças vivam em meios o menos restritos possível, convivendo com as ditas “normais”. Contudo, verificam-se algumas dificuldades na implementação dos programas de IPI. Segundo Correia e Serrano (1998: 29) existe grande heterogeneidade e assimetria de projectos demonstrando ainda uma acção demasiado centrada na criança e não na família.
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Bibliografia:
·CORREIA, L. M. & SERRANO, A. M. (1998). Envolvimento Parental em Intervenção Precoce – Das práticas centradas na criança às práticas centradas na família. Porto: Porto Editora. Colecção Educação Especial.
·DIAS, J. C. (1997). Intervenção Precoce: uma acção preventiva. Revista Integrar, 12, 11-13
·PIMENTEL, J.S. (1997). Um bebé diferente. Da Individualidade da Interacção à Especificidade da Intervenção. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência.

Gaguez

“Um pouco de imperfeição não é assim tão mau
Um pouco de imperfeição não nos deve pôr tristes”. (…)
(...) “Um pouco de imperfeição no sítio perfeito
pode fazer com que este mundo não tão perfeito
seja mais fácil de enfrentar (…).
(…) nós poderíamos caminhar na direcção certa
se aprendêssemos a viver com um pouco de imperfeição”(...)
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Kathy Schinskimb
A Intervenção Precoce na Gaguez
--Kathy Schinskimb, através do seu pensamento, alertou-nos para uma situação deveras pertinente. As “pequenas” imperfeições que eventualmente as crianças possam ter e que nem sempre são levadas a sério, sob o ponto de vista clínico - é o caso da Gaguez ou Dislalia. Embora muitas crianças tenham esta patologia, a verdade é que as famílias, a escola, raramente procuram intervir de forma a que a criança ultrapasse este problema, que muitas vezes tem consequências menos agradáveis para a mesma.
--As hesitações, as repetições e a demora na emissão das palavras, são algumas das suas manifestações, bem como, o prolongamento anormal dos sons; Alguns investigadores, concluem que a gaguez se deve a uma forma subtil de lesão cerebral, outros ainda consideram-na como um problema essencialmente psicológico. A hereditariedade também se inclui como uma das possíveis causas, pois é vulgar esta perturbação da linguagem surgir em pessoas cujas as famílias tenham casos de gaguez, por exemplo, avós, pais ou irmãos, ou simplesmente manifestar-se até em indivíduos que na fase da aquisição da linguagem sejam sujeitos ao convívio com pessoas gagas. Daí se poder concluir que o meio é muito importante para o surgimento desta perturbação da fala.
--A Gaguez pode afectar psicologicamente a criança, inibindo o seu convívio social, a sua auto-estima. O rendimento escolar intensifica-se de forma negativa, em situações de grande pressão, ou seja, sempre que existam ou surjam acontecimentos com um elevado nível de stress ou ansiedade, esta perturbação da fala será também ela intensificada, podendo gerar dificuldades e consequentemente o insucesso escolar, se a criança não for devidamente acompanhada.
--De acordo com Luís de Miranda (1999), a gaguez dá-se a partir das dificuldades de articulação normais, comuns a todas as crianças por volta dos três anos de idade, sendo que a maior parte das crianças atravessa esta fase sem problemas, mas em algumas esta dificuldade normal, pode transformar-se em gaguez.
--É neste sentido que consideramos que a Intervenção Precoce, nestas crianças, é de todo fundamental.
--Há quem defenda que esta perturbação da fala pode ser tratada em escolas especializadas com métodos próprios. Por outro lado é também amplamente defendido, que a aplicação da Terapia da Fala e suas técnicas melhora substancialmente as manifestações da fala do indivíduo, tais como o canto, representações teatrais, e outras. A prática de exercícios respiratórios, é outra recomendação efectiva (treinos respiratórios lentos e controlados e combinados com movimentos coordenados).
--O diagnóstico e a intervenção, são fundamentais para o sucesso terapêutico, visto que a criança apresenta condições mais favoráveis para a aprendizagem de novas competências, entre elas, a fluência, nomeadamente nos anos pré-escolares.
--A participação dos familiares e professores é fundamental nesta fase da vida da criança, pois ela imitará os modelos de fala a que estiver exposta, daí a importância destes intervenientes na gaguez infantil. A Intervenção Precoce neste domínio adquire um contorno fundamental porque em alguns casos, “resultados positivos são frequentes num período curto de tempo, que de outra forma, se negligenciada na idade pré-escolar poderá tornar-se numa gaguez persistente” (Miranda, 1999). Então podemos dizer, que o trabalho integrado com a família é fundamental, visto esta ter o principal papel de interlocução com a criança no acto de comunicar.
--Assim sendo, neste microsistema (M.E.D. de Bronfenbrenner) íntimo e próximo da criança, a fala tornar-se-á tanto mais fluente, se quem interage com ela, tiver uma postura facilitadora, ou não. O trabalho conjunto do terapeuta com a família poderá propiciar resultados mais positivos, sendo que, haverá trabalho de continuidade da fluência do discurso, trabalhado e adquirido na terapia para o lar. Ou seja, é fundamental que sejam dadas orientações específicas aos familiares que vivam com a criança, para que possam ter e transmitir um modelo de fala, o mais adequado possível à fluência trabalhada pelo técnico. É por isso fundamental, que a família saiba como fazer, o que fazer, perante um quadro de gaguez.
--Há, assim, vários objectivos a trabalhar com a família, destacando-se em primeiro lugar a compreensão e sensibilização desta problemática junto dela. A valorização da qualidade das interacções diárias com a criança revela-se primordial. Não menos importante, é saber operacionalizar modelos de comunicação que facilitem os actos de fala (fala mais lenta, fácil e relaxada, aumentar o tempo das pausas nas conversações, promover momentos de silêncio para escutar).
--Nesta intervenção, a família deve ser alertada, instruída para que haja uma efectiva diminuição do facto ansiedade, devendo esta aprender como contornar as chamadas palavras problemáticas, evitando a sua pronunciação, aprender a falar mais pausadamente, e também exercícios respiratórios favoráveis ao relaxamento. Esta não deverá dizer à criança para não ter medo de falar, para ficar calma ou para respirar antes de falar, pois tais conselhos só servirão para agudizar a sua ansiedade. Deve também, estar atenta na criação e manutenção de rotinas, ou seja, nos horários para comer, para dormir, para ir para a escola, pois podem parecer questões de menor importância, mas que na realidade assumem grande relevância, se pensarmos que alterações de rotinas podem criar ou aumentar o estado de ansiedade numa criança gaga.
-- Neste âmbito, é de todo relevante evitar discutir na frente dela e deve-se valorizar o que ela diz, ouvindo-a realmente e dando-lhe a devida atenção e paciência. Esta atitude positiva, melhorará a auto-estima da criança, deve-se por isso elogiá-la sempre que possível. Deve-se transformar os momentos de
diálogo com a criança em momentos agradáveis, fazendo uso sempre que desejável do reforço positivo.
--O relacionamento positivo entre estes intervenientes, será fonte de uma sociabilização efectiva e facilitada, quer no seu presente, quer no seu futuro.
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Bibliografia:
·CORREIA, Luís de Miranda (1999). Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares, Porto. Porto Editora
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Site consultado:
·
www.gago.website.com, em 2 de Fevereiro /09

Baixa visão


O Mundo é visto pelo cérebro a partir das imagens obtidas na câmara escura do olho (Descartes)
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-- Estar atento para uma intervenção atempada
--Enquanto a criança é muito pequena não lhe é fácil identificar e exprimir as suas dificuldades. É pois, muito importante que os pais, educadores, amas e professores estejam atentos para alguns sintomas que podem ser indicadores de dificuldades ao nível da acuidade visual da criança.

Sinais de alerta.

Alterações do aspecto dos olhos e da face
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· Pálpebras vermelhas e inchadas
· Lacrimejar com frequência
· Franzir as sobrancelhas
· Entortar ou piscar os olhos frequentemente
,
Comportamento psicomotor
· Esfregar os olhos
· Aproximar demasiado os objectos dos olhos
· Inclinar a cabeça sempre na mesma direcção
· Procurar os objectos com as mãos
,
Queixas
· Dor. Comichão ou sensação de picada nos olhos
· Visão de objectos turvos ou visão dupla
· Dores de cabeça, náuseas e vómitos
· Fechar os olhos ou franzir as sobrancelhas perante luz intensa
,c
Comportamento sócio-emocional
· Irrita-se quando tem de fazer tarefas mais exigentes ao nível visual
· Tem dificuldades em manter a atenção às actividades
· Solicita constantemente ajuda
· Evita participar em actividades físicas
Fonte: Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual - Coimbra
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Intervenção Precoce na ajuda à família
--A criança deficiente visual é, antes de mais, uma criança. As suas potencialidades intelectuais, afectivas e motoras em nada estão diminuídas, mas devido às suas limitações ou incapacidade de visão ela necessita de uma educação específica e apropriada às suas dificuldades.
--A família é o primeiro grupo a que uma criança pertence, é, pois, aí que deve iniciar-se o processo de autonomia e integração. É no seio da família que a criança faz as aprendizagens basilares de toda a sua vida, pois é com os pais que as crianças descobrem o mundo onde se inserem e as formas de se relacionarem com ele. Mas, para desempenharem a tarefa de educar uma criança diferente, estes pais precisam de conhecimentos que lhes permitam entender e ir ao encontro das necessidades específicas dos seus filhos. É de extrema importância que estes sejam acompanhados e aconselhados por uma equipa de Intervenção Precoce que os oriente e ajude a proporcionar à criança com deficiência visual situações que privilegiem o uso de sentidos alternativos à visão (tacto, audição, sistemas de orientação alternativos,…). É imperioso que se desenvolva com elas um trabalho de estímulo e uso de outros sentidos que minimizem a falta de visão. Esta intervenção deve ser realizada nomeadamente por uma Educadora de Infância, especialista em deficiência visual, pois o papel da educadora especialista na deficiência visual não é só ensinar a criança, mas também informar, aconselhar, guiar e treinar os pais, supervisionar e avaliar (Hewitt, 1982).
--A Intervenção Precoce deve incrementar actividades que facilitem a integração social da criança e que lhe permitam desenvolver competências essenciais para que venha a ser um adulto independente e capaz de se integrar na comunidade de que faz parte.
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Máximas e citações

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A dislexia

--Este pequeno apontamento, extraído da revista Pais e filhos, número 188, de Setembro de 2006, volta a colocar a ênfase no papel da Intervenção Precoce, sobretudo quando refere a realização de testes de despistagem da dislexia a todas as crianças do ensino pré-escolar. Outro aspecto, mencionado neste artigo, que salienta a importância da Intervenção Precoce é a introdução de um diagnóstico precoce obrigatório e a formação e sensibilização dos educadores de infância e professores do primeiro ciclo do ensino básico.
--Ora, tomando como referência que a Intervenção precoce, no seu âmbito mais lato, procura, através de acções mais adequadas, evitar ou reduzir, ao mínimo, os efeitos negativos que determinados factores podem ter no crescimento e desenvolvimento da criança, então fará sentido a sua actuação nesta situação em particular: a dislexia.
--Neste sentido, poderíamos dizer que os programas de Intervenção Precoce são definidos de forma a promover o desenvolvimento, minimizar potenciais atrasos, remediar os problemas existentes, prevenir a deterioração posterior, limitar a aquisição de deficiências adicionais e/ou promover um desenvolvimento adaptativo. Aspectos que vão ao encontro dos objectivos definidos no Despacho Conjunto 891/99, artigo 5º.
--Assim, realizar testes de despistagem da dislexia em crianças do pré-escolar terá todo o sentido, não apenas para atenuar, o mais cedo possível, os efeitos que ela trará à criança a curto e a longo prazo, mas também para facilitar o desenvolvimento global da criança. E aqui, mais uma vez, será importante a articulação com a família e a comunidade, cujos papéis não podem ser descurados, sublinhando-se, pois, o carácter transdisciplinar da Intervenção Precoce. É isso, aliás, o preconizado pelas teorias ecológico-sistémica de Bronfenbrenner e transaccional de Sameroff e Chandler.

Bibliografia:
-Despacho Conjunto nº891 de 1999 (2ª série), publicado no Diário da República, 2ª série, nº244, de 19 de Outubro (artigos números 2, 4 e 5).
-Apontamentos disponibilizados pela Professora, Dr.ª Vera Vale, nas aulas.

Diabetes

O que é a Diabetes?

--A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glucose) no sangue. À quantidade de glucose no sangue, chama-se glicemia. Ao aumento da glicemia, chama-se: hiperglicemia.
--A Diabetes é uma situação muito frequente na nossa sociedade e a sua frequência aumenta muito com a idade, atingindo os 2 sexos. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil pessoas com Diabetes.

As causas da diabetes
--A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo nosso organismo da nossa principal fonte de energia – a glucose. Muitos dos alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo. Ela resulta da digestão e transformação dos amidos e dos açúcares da nossa alimentação. Depois de absorvida, entra na circulação sanguínea e está disponível para as células a utilizarem.
--Para que a glucose possa ser utilizada como fonte de energia, é necessária a insulina.
A hiperglicemia (açúcar elevado no sangue) que existe na Diabetes, deve-se em alguns casos à insuficiente produção, noutros à insuficiente acção da insulina e, frequentemente, à combinação destes dois factores.

--Se a glucose não for utilizada, acumula-se no sangue (hiperglicemia) sendo depois, expelida pela urina.
--A insulina é produzida nas células ß dos ilhéus de Langerhans do pâncreas. O pâncreas é um órgão que está junto ao estômago e fabrica muitas substâncias, entre elas a insulina. A insulina é fundamental para a vida. A sua falta ou a insuficiência da sua acção leva a alterações muito importantes no aproveitamento dos açúcares, das gorduras e das proteínas que são a base de toda a nossa alimentação e constituem as fontes de energia do nosso organismo.
Existem vários tipos de Diabetes mas, de longe, a mais frequente (90% dos casos) é a chamada Diabetes Tipo 2.

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Diabetes gestacional
--Existe, ainda, a Diabetes que ocorre durante a gravidez: a Diabetes Gestacional. Esta forma de diabetes surge em grávidas que não tinham Diabetes antes da gravidez e, habitualmente, desaparece quando esta termina. Contudo, quase metade destas grávidas com Diabetes virão a ser, mais tarde, pessoas com Diabetes do tipo 2 se não forem tomadas medidas de prevenção.
--A Diabetes Gestacional ocorre em cerca de 1 em cada 20 grávidas e, se não for detectada através de análises e a hiperglicemia corrigida com dieta e, por vezes com insulina, a gravidez pode complicar-se para a mãe e para a criança. São vulgares os bebés com mais de 4 Kg à nascença e a necessidade de cesariana na altura do parto. Podem, por exemplo ocorrer abortos espontâneos.


Fonte: http://www.anip.net/

--Anteriormente à descoberta da insulina, em 1921, a mortalidade era alta e a esterilidade ocorria num número elevado de indivíduos.
--O facto de se considerar que esta doença atinge apenas o adulto resume-se a um esteriótipo, pois actualmente a elevada taxa de obesidade infantil associada a uma vida sedentária e a maus hábitos alimentares, fomentam o aparecimento da diabetes, aumentando consideravelmente entre as crianças.
--Nos casos em que se verificava a gravidez, era frequente a mortalidade materna e fetal. No entanto, o prognóstico da gravidez tem vindo a melhorar consideravelmente, devido à consequente melhoria dos conhecimentos. Os beneficos do progresso traduziram-se numa mais estreita colaboração entre obstretas, diabetologistas, e neonatologistas, permitindo um verdadeiro plano de vigilância e tratamento.
--Muitas crianças desenvolvem diabetes e os pais normalmente não sabem como lidar com esse problema. Nestas situações é fundamental conhecer melhor doença e tirar todas as dúvidas para ajudar a crianças.
--Também associado ao progresso e à evolução da sociedade tem-se vindo a revelar que uma maior incidência de crianças com diabetes. É na faixa dos 5 aos 7 anos e durante a puberdade que a doença tende a ser mais comum. Esta situação é consequência da pouca produção de insulina, não se conseguindo controlar a taxa de glicose ingerida.
--Quanto mais cedo a diabetes for detectada, mais oportunidades se tem na eficácia e no controlo da doença, de modo a evitar complicações futuras. Desde o nascimento há medidas de prevenção da diabetes traduzindo-se no aleitamento materno, abdicando da alimentação artificial, rica em açúcares desnecessários nesta fase.
--Habitualmente a diabetes infantil manifesta-se atrvés da presença constante de sede, do aumento da fome e emagrecimento, aumento do número de vezes que urina. Estas manifestações, na maioria das vezes fazem-se acompanhar por um elevado mal estar, sonolência, fraqueza, tonturas e câimbras. Ao se suspeitar desta doença é fundamental procurar um médico rapidamente para que o diagnóstico e tratamento da diabetes seja o mais precoce possível.


Sites consultados:
http://www.anip.net/, em 30 de Janeiro/09